quinta-feira, 10 de julho de 2008

Centro Cirúrgico Obstétrico

Hoje foi minha primeira vez no centro cirúrgico obstétrico lá da maternidade onde estou estagiando. Aqueeeeeela maternidade já famosa por aqui.

Como estagiária de técnico de enfermagem e apenas de abelhuda no CCO, não havia muito o q se fazer, visto q tinha gente pra kct trabalhando por lá e as mulheres apenas estavam em pródromos. Mas, obviamente, a passagem por ali não poderia ser em vão. Não para mim.

A assistência básica de enfermagem no trabalho de parto é a aferição básica de sinais vitais, orientação sobre procedimentos, enfim, aquelas coisas poucas q tanto me revoltam na inutilidade de um profissional q acaba tendo espaço pra tanto o q fazer, mas q tem liberdade e boa vontade pra fazer muito pouco.

Pra começar, entrei em uma sala de parto onde a gestante, grávida do 1º filho, estava tensa e recebendo cuidados de uma profissional com uma cara muito séria. No primeiro momento, achei q se tratava de uma médica, mas ao escutá-la orientando a mulher, uma grande felicidade: era uma enfermeira obstétrica cheia de carinho e dedicação pelo q faz, com um discurso, inclusive, a favor do parto domiciliar. É claro q aquilo me apaixonou, me emocionou, e de alguma forma ela sentiu isso, pq veio até mim e falando algo q não lembro, acabou perguntando meu nome, tempo gestacional, pretenção de parto. E eu me emocionei de verdade, ela me abraçou, me beijou, e se emocionou tb ao me ouvir dizer o q o q eu queria mesmo era q o meu parto fosse em casa. Pras pessoas ali naquela sala de parto, eu era apenas uma prenha chorosa. Mas houve algo mais, uma conexão q só quem sabe do q estou falando consegue entender. É algo q não adianta explicar, do tipo "quem nunca viu não sabe o q é, quem já viu já não se espanta".

Essa primeira gestante era a L., 24 anos. Era impressionante ver sua calma, sua tranquilidade, mas seu trabalho de parto estava em pródromos mesmo, bem no início, contrações desritmadas, ineficazes, e ela tava tensa com a dor. Tudo normal. Botei a L. pra andar, sentar na bola, rebolar, e de alguma forma as coisas começaram a esquentar. É aqui q começam de fato minhas observações. A Helô fala muito da necessidade da mulher entrar em si no tp. Da necessidade da privacidade, da introspecção. A L. não queria ficar sozinha, sua acompanhante tinha descido e uma colega de estágio, outra gestante e sua acompanhante estavam na porta da sala de parto da L., todas conversando muito, muito falantes, qdo me dei conta de q tinha algo "mudando" por ali. Tentei explicar pra minha colega, sem falar, q a L. precisava de paz, mas ela não entendeu, e eu achei melhor não polemizar, já q a L. tava conseguindo se concentrar "nas costas" da mulherada. Pois então, na hora q ela tava quase "dentro de si", na hora q a coisa tava começando a fluir de verdade e q possivelmente engrenaria, ou começaria a engrenar, me entra pela sala um enfermeiro estagiário e se mete na situação, começa a falar com ela e diz q ela tem q rodar na bola, rebolar, q não adianta ela ficar de um lado pro outro, q se não rebolar não flui.

Cara, como assim? A mulher tava caminhando e o cara cor-tou. Assim. E ele não viu. Não reparou. E nem fez por mal, pq ele só queria ajudar. Definitivamente, de boas intenções o inferno tá cheio. Esse ditado faz tanto sentido nesses momentos...

Eu não podia ver uma mulher dando sopa na sala de parto, q eu invadia e conversava. Falava q o corpo da gente é feito pra isso mesmo, q qdo elas menos esperassem tudo dava certo... E botei a mulherada pra andar mesmo, se mexer, pra entrar em si, tomar chuveirada quente...

E em um dado momento, tinha uma menina q eu nem imagino o nome, não lembro a idade, mas acho q tb era o peimeiro filho dela. Ela tava com dor, chorando, nervosa, e eu perguntei se ela queria massagem. Ela tava sozinha nessa hora, nervosa, pediu q por favor eu a massageasse sim. Eu apaguei a luz, botei no banco e comecei tudo bem intuitivamente. O bendito do estagiário-enfermeiro entrou de novo, cortou de novo a engrenagem, mas acabou me dando um toque legal, sobre o local onde eu deveria estimular, lá na região sacra, por ser um local q fica muito tenso. Dessa vez ele saiu logo e eu fiquei sozinha com ela. Não sei se ajudou a evoluir as coisas, mas ela relaxou bastante, ficou mais calma, mais tranquila, mais confiante.

Nisso, uma mulher q eu achei q era uma médica cebosa, pra quem eu já tinha sorrido diversas vezes, mas q tinha simplesmente me ignorado, entrou na sala enquanto eu fazia a massagem. E ela MUDOU!!!!! Falou comigo com respeito, com calma, trocando impressões sobre o estado da paciente. Cara, foi sensacional a sensação de ser tratada com respeito e diferença pelo trabalho q eu estava fazendo. Foi maravilhoso!!!!

Ainda fiquei um pouco com outra prenha do 2º filho, mas esta estava mais resistente,hipertensa, acabamos apenas conversando mesmo um pouco.

No fim do "meu plantão" ninguém tinha parido ainda, mas eu saí de lá com um gostinho de trabalho bem feito. A enfermeira-linda-obstétrica do início do plantão me abraçou, me beijou, disse q torcia por mim, q tem certeza do qto meu parto será mágico. :)

Resumindo: eu amei o dia de hoje. Tudo lindo e maravilhoso!!!!

Tou com muito sono e preciso dormir. Amanhã é dia de ralação de novo e preciso descansar.

Saudades de todos. Eu logo, logo, vou arrumar um tempinho pra cada um.

Beijocas!

4 comentários:

Renata disse...

Aodrei o relato...ah se todos tivessem esse mesmo ideal...
Tinha duas coisas pra te falar, a primeira é que soube que uma super parteira (que fez parto de uma amiga) está dando cursos. parece que ela é muito boa, se te interessar posso obter mais informações. Outra é sobre o curso de Ciência do Início da Vida, pode te interessar duplamente (copmo gestante e como profissional da área) e é baseado na tese homônima, da Dra. Eleanor Luzes (psiquiatra e terapeuta junguiana - e tb parteira), que é MA-RA-VI-LHO-SA. Postei no blog o folder so curso uns dias atrás, mas se vc tiver interesse deixa um recadinho no blog, e seu email, que te passo mais detalhes a respeito. Os dois primeiros módulos (I - concepção e II - gestação e parto natural) acontecerão no sábado e domingo da próxima semana.
Beijo
Renata

Ana Sixx disse...

Adorei seu relato Cyça!!!!!
Minha adorável enfermeira prenha.
Parabéns por ter feito um muitão por essas mulheres.
Atenção e carinho.
bjs

Roseane disse...

Adorei o relato!é bom saber que existem pessoas como vc.
olha ...Deixei um premio pra vc
no meu blog(Dicas e Arte)passe lá e pegue tá? beijinhos...

Taiane disse...

E ai o chá 30 ervas funcionou pra você?

Me conta lá no meu blog Beijos